A cidade de Los Angeles (EUA) tem uma área aproximada de 1.300 quilômetros. No centro da cidade, dois terços dos espaços são destinados aos automóveis - seja como ruas, vias expressas ou estacionamentos - segundo Jes Howen McBride, mestre em planejamento urbano e regional pela Universidade da Califórnia (UCLA).
Tomando este dado, que reflete o predomínio dos automóveis, a planejadora destaca os esforços do Departamento de Transportes local para transformar essa realidade através de programas que, sem tanta burocracia, convidam os cidadãos a proporem novas iniciativas para aproveitar melhor os espaços destinados aos automóveis.
Além disso, ela destaca outras iniciativas de Minneapolis e San Francisco que mostram como as pessoas estão buscando recuperar os espaços, um recurso valioso nas cidades que estão se esforçando para garantir um futuro melhor.
A seguir, mostramos alguns programas similares que estão sendo realizados nos Estados Unidos e na América Latina.
Los Angeles
People Street é o nome do programa que o Departamento de Transporte está implementando nos bairros de Pacoima, North Hollywood e na região sul da cidade.
Nestes locais, as empresas e os cidadãos têm a oportunidade de pedir através de um formulário que, por exemplo, um estacionamento para automóveis ou uma rua seja transformada em um pequeno parque ou lugar de lazer, seguindo a ideia do Park(ing) Day, atividade realizada durante um dia do ano. Para isso, as pessoas interessadas devem entregar uma proposta de desenho que, após aprovada, pode ser implementada de forma adequada.
Esse programa surgiu após a conversão da rua Silver Lake em uma praça pública (Sunset Triangle Plaza) em 2012.
Minneapolis
Em 1911 foi inaugurado no centro da cidade o edifício Rayette, onde funcionava uma grande loja de roupas e chapéus. No entanto, 85 anos depois, o edifício foi convertido em um estacionamento para automóveis, mantendo sua fachada original.
Assim foi mantido até 2014 quando foi colocado em marcha um projeto de remodelação para devolver o edifício às pessoas através da criação de estabelecimentos comerciais no térreo e escritórios e ateliês nos pavimentos superiores.
Esse projeto foi possível após um grupo de interessados apresentar iniciativas que buscavam transformar os edifícios históricos da cidades em habitações e outros programas voltados aos pedestres.
San Francisco
Uma iniciativa que até alguns anos atrás seria considerada ilegal, hoje conta com o apoio das autoridades. A proposta consiste na transformação dos estacionamentos em frente aos cafés e lojas em pequenas praças, visando tornar as ruas mais atrativas e reunir mais pessoas em frente e estes estabelecimentos.
Na 18th Street já são vários os cafés que optaram por isso, como o Reveille e o Beso.
E na América Latina?
No Chile, iniciativas desse tipo também estão sendo desenvolvidas, porém nem sempre estas têm caráter permanente. Este é o caso da celebração anual do Park(ing) Day em Santiago e em Concepción e da implementação do MiniParque em Valdivia,
Algo similar acontece no Brasil, onde as chamadas "Paradas Cariocas" inspiradas nos parklets ocupam o espaço de uma ou duas vagas de estacionamento nas ruas.
No México, por sua vez, o Instituto de Políticas para o Transporte e o Desenvolvimento (ITPD), desenvolveu a estratégia “Menos estacionamentos, mais cidade" com o objetivo de diminuir o congestionamento de veículos nas ruas.
Via Plataforma Urbana.